domingo, 8 de setembro de 2013

Dia mais que não

Há dias assim...
Aliás...há verões assim, este foi o meu verão não, e tenho tido muitos dias não. Apesar de várias vezes conseguir respirar fundo e acalmar-me, há outros em que é impossível.
Na meditação de 6.ª feira, quando o facilitador perguntou se estava em paz (perguntou a todos, claro), disse que naquele dia menos mal, mas que nas últimas semanas nem por isso, por influência de pessoas que vivem à minha volta. Ora não quis estar a falar da minha vida, porque acho que não o tenho de fazer ali, naquele momento, com aquelas pessoas, mas parece tão fácil quando ele diz que tenho de me proteger, para não deixar que seja afetada por essas pessoas, ou pela energia dessas pessoas. Ora caramba! Ter uma família cheia de problemas do foro psiquiátrico não me parece que com rezas e pensamentos positivos vá resolver os problemas!!! Ainda por cima hoje fiquei a saber que a minha irmã vai ter alta do internamento amanhã, pedi há mais de uma semana uma reunião com a médica, para que as coisas desta x seja diferentes (senão vai voltar tudo ao mesmo, vai sair, imediatamente deixa de tomar a medicação e daqui a 6 meses, se não for antes, está internada de novo, e eu e a minha mãe qualquer dia damos o berro!). É este o SNS que temos? Não há forma de se tratar as pessoas com dignidade? É que nem à msjhgsfhjgjhdfgshj me mandaram? Não me ligaram de volta, fartei-me de ligar, tocava e ia parar ao fax. E amanhã dão-lhe alta? No ano passado ligaram-me no próprio dia, e foi nesse dia que tive o meu pico de ansiedade a caminho de casa e fui parar ao SAP (e claro, não a fui buscar).
Eu não a vou buscar e a minha mãe tb não, enquanto não me reunir com a médica. Acho que estou mais que no meu direito de zelar pela saúde da minha irmã, que não aceita o que tem e tem a vida feita num caos, e na minha e  da minha mãe que vão por arrasto.

E depois há cabeça para dietas e yogas e isto tudo? Não há. Hoje não. Amanhã será outro dia. Mas hoje decididamente foi um daqueles que não quero repetir.

Desculpem o desabafo, não gosto de falar destas coisas aqui, não é esse o objetivo, mas se calhar dá para entenderem como às x não me é fácil muito coisa. mas tento!

Uma boa semana para vós

4 comentários:

  1. Como te percebo! Tenho um caso semelhante na minha família - por sorte está "controlado" há 3 anos. Mas ontem, depois de uma visita, acho que está a "descarrilar" outra vez. Ela deixa de tomar a medicação (inventa mil e uma desculpas e efeitos secundários) e o comportamento altera-se. No limite fica de tal forma que só conseguimos internamentos compulsivos, com polícia à mistura. E vê-la a começar a ter alterações no comportamento, por muito ligeiras que sejam, trazem logo essas memórias de autêntico pesadelo...

    Realmente não há meditação que aguente quando os casos são extremos.

    Espero que tudo corra pelo melhor - este tipo de doenças dão cabo da vida a quem sofre delas e esgotam completamente a família que não sabe como agir para ajudar...

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    1. Olá Cat. Pois, é a mesma coisa :-( Mas no caso dela não aceita que tem uma doença, e assim que sai do internamento (tb compulsivo), deixa logo de tomar a medicação. Já tem a vida toda enrolada, prestes a ficar sem emprego e com uma idade em que é nova, mas velha para arranjar emprego...Complicado. Em princípio vou conseguir reunir com a médica amanhã, só espero que não haja nenhum contratempo. Estas doenças são tramadas, mas o SNS que temos não ajuda. Na minha opinião há um grande lobby das farmacêuticas, não se aposta num acompanhamento mais próximo por psicólogos, e não há programas de acompanhamento nem para os doentes, nem para as famílias. pelo menos aqui não há. As pessoas são válidas para a sociedade se lhes derem oportunidade, não é assim. Mas espero que desta x consigamos fazer as coisas de forma diferente. Nós (família) tb temos de mudar alguma coisa...Enfim...Vamos ver. Obrigada!

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  2. Espero que tenhas tido boas notícias com a médica. Tens razão, às vezes arranjamos problemas onde não os há, quando há tanta coisa pior a acontecer em volta... Beijoca

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    1. Obg Sweet. Foram notícias +-. Pelo menos mudou o pressuposto, ou seja, faz medicação em ambulatório compulsivo, ou seja, se não for à consulta (e for evidente que não toma a meidcação), pode a médica solicitar ao tribunal novo internamento. Toma além disso um antipsicótico injetável de libertação prolongada, que há-de ajudar, mas sozinho não faz milagres. O caso é grave, ela não acredita em gdes evoluções, mas eu ainda tenho esperança. A opção é solicitar judicialmente a sua inimputabilidade, i.e, um de nós passara ser o seu tutor. Quase de certeza que me iria calhar a sorte gde, e não sei se tenho estrutura para isso. Tenho de ver com a família. Mas para já, um dia de cada vez, como em tudo. Boa sorte com a relação com a balança (eu sei que há sempre problemas maiores ou mais graves, mas os nossos são os nossos, é tudo uma questão de perspetiva. Era ótimo que conseguíssemos esquecê-los, né? mas tenta distrair-te, pede mesmo ao marido para a esconder. Deixa-a ir de férias e relaxa!). bjs

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